segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Resenha: A Última Música

Livro: A Última Música
Autor: Nicholas Sparks
Nº de Páginas: 400
Editora: Novo Conceito
Gênero: Romance/Drama
Sinopse:Aos dezessete anos, Verônica Miller, ou simplesmente Ronnie, vê sua vida virar de cabeça para baixo, quando seus pais se divorciam e seu pai decide ir para a praia de Wrightsville, na Carolina do Norte. Três anos depois, ela continua magoada e distante dos pais, particularmente do pai. Entretanto, sua mãe decide que seria melhor os filhos passarem as férias de verão com o pai na Carolina do Norte.


            Emocionante.
            Resumo o livro nessa simples palavra.
            É fascinante a forma como Nicholas Sparks consegue prender seus leitores até o último ponto final do livro. Como ele constrói um enredo e desenvolve todos – e tantos – conflitos, adicionando sensibilidade, temas incríveis e verdadeiras lições de vida. Não é à toa que Sparks é tão venerado por suas obras, visto que é autor de verdadeiros Best Sellers – Além desse horrível dom de me fazer chorar como uma criança que ralou o joelho no pinche – dentre eles estão Querido Jhon, Um Amor Para Recordar, Diário de uma Paixão e O Milagre.
            A trama é narrada em terceira pessoa, mas sendo focado em vários personagens, no decorrer dos capítulos. Ronnie é uma jovem rebelde, que não aceita a separação dos pais, mantendo-se afastada do pai, se negando a receber suas ligações ou ler suas cartas.
            Ronnie é obrigada a ir, junto com o irmão Jonah, passar o verão com seu pai, em uma pequena cidade litorânea. Inicialmente, Nicholas Sparks nos faz acreditar que a trama principal gira em torno do romance Ronnie-Will, mas esta é só a cereja do bolo, pois o recheio é realmente a relação – muitas vezes complicadas – entre pai e filho.
            Mas como diria meu amigo “Jack, o Estripador”, vamos por partes. Ronnie, uma jovem rebelde-metida-a-rockeira-e-genio-incompreendido conhece Will de uma forma bem humilhante. Will é o típico bom moço. Ele é bonito, simpático, trabalha na oficina do pai, é voluntário de uma espécie de associação protetora dos animais e jogador de vôlei, sem adicionar popular e rico.
            Apesar de todas essas diferenças, Ronnie e Will acabam se apaixonando, resultando em muitas cenas lindas e românticas. Entretanto, o verão vai findando e os dois temem o futuro da relação quando este acabar.
            É aí, em meio a todo esse medo do fim de um grande amor, que surge o grande bum da estória (o culpado por eu ter chorado o livro inteiro!): Ronnie descobre que seu pai sofre de uma terrível doença.
            Esqueci de mencionar anteriormente que, no decorrer do verão – e por conta de algumas péssimas amizades da moça – Ronnie e o pai acabam se aproximando. Ela acaba percebendo que ele não tinha tanta culpa quanto ela o condenou e que, mesmo com a distância, mesmo com todo o desprezo que ela destinou a ele, seu pai, ainda assim e apesar de tudo, a amava incondicionalmente e, sobretudo, não a culpava.
            Por condições que não vou pormenorizar aqui, Ronnie e Will se separam. Ele vai para a universidade, enquanto ela decide ficar e cuidar do pai durante seus últimos dias. Devo dizer que essa parte do livro, em especial, deve ser lida com uma caixa de lencinhos de papel do lado ou, no meu caso, - que tentei inutilmente manter minha fama de durona – morder os lençóis para que ninguém perceba os litros de lágrimas que você verterá. Garanto por experiência própria, nem o mais insensível dos seres humanos é capaz de ler esse livro sem a garganta, ao menos, apertar.
            Não só Ronnie aprende muito nesse período com o pai, nós também apreendemos lições incríveis! De amor incondicional, forma de viver e perdoar.
            “Se você não ia me contar, por que me trouxe aqui? Para eu assistir você morrendo?”
            “Não, querida, muito pelo contrário”. Ele virou a cabeça para encará-la. “Eu pedi para você vir, para assisti-la viver”.
            Com essa resposta, ela sentiu algo no seu interior se agitar, como as primeiras pedras que se soltam antes de uma avalanche. No corredor, ouviu duas enfermeiras passando, suas vozes baixas. As luzes fluorescentes zumbiam sobre suas cabeças, lançando uma nuvem azulada nas paredes. O IV escorria constantemente – cenas normais em qualquer hospital, mas não havia nada de normal nisso. Ela sentiu sua garganta tão espessa e pegajosa como cola, e ela se virou, desejando que as lágrimas não viessem.
            “Eu sinto muito, querida”, ele continuou. “Eu sei que deveria ter te contado, mas eu queria ter um verão normal, e eu queria que você tivesse um verão normal. Eu só queria conhecer minha filha de novo. Você pode me perdoar?”

            Se eu continuar com esse trecho, vou voltar a chorar, sério. Esse é um trecho emocionante. A forma como ela cuida do pai é emocionante. Além disso, Ronnie desconstrói muitas coisas que ela acreditava serem verdades. Um exemplo disso, é a razão pela qual seu pai foi embora de casa. Nesse período em que cuida do pai, Ronnie não só ganha seu pai novamente, como esclarece muitas coisas que acreditava serem verdades, sem deixar de contar que ela aprende muito nesse período. Nós realmente acompanhamos o crescimento dessa personagem.
            Sou capaz de dizer que a principal mensagem passada pelo livro – ou pelo menos a mensagem que mais mexeu comigo – é a de que precisamos aprender a perdoar e, antes de perdoar a quem amamos, precisamos perdoar a nós mesmos.
            O que?”
            “Você tem que aprender a perdoar.”
            Ela cruzou os braços. “Eu já perdoei o Will. Deixei mensagens para ele...”
            Antes de ela terminar seu pai já estava balançando a cabeça. “Eu não estou falando de Will. Você tem que aprender a perdoar a si mesma primeiro.”

            Tão lindo quanto, é a decisão que Ronnie toma em virtude da felicidade do pai. Quando estava brigada com ele, Ronnie promete nunca mais voltar a tocar piano, mesmo sendo ótima no que faz e mesmo amando a música. Ela, no entanto, decide terminar uma música iniciada pelo pai, como último presente a este, a quem pode ouvi-la tocar durante seus últimos dias de vida.
            Antes que me esqueça de mencionar, outra coisa que me arrancou choros convulsivos foram as cartas que o pai de Ronnie deixou a ela. Bem, na verdade eram cartas que ela nunca abrira. Nelas, ele mostra o amor incondicional e que, mesmo quando acreditamos estar certas sobre determinado assunto, devemos tentar escutar a quem amamos, pois muitas vezes perdemos tempo escasso com quem amamos por motivos fúteis. Vaidade, orgulho e teimosia não devem ser motivos para nos afastar de quem amamos.
            E, para finalizar, farei apenas um breve comentário sobre a adaptação cinematográfica dessa fantástica obra. É curioso que esse foi o primeiro livro de Sparks a ganhar uma adaptação às telonas ainda no primeiro ano do lançamento do livro. Inicialmente, mesmo por senso comum, não damos muito crédito ao filme pelo fato de ter sido estrelado por Miley Cyrus. Devo confessar que eu mesma tive esse preconceito. Entretanto, devo dizer que dou meu braço a torcer e a Miley atuou muito bem como Ronnie. Devo confessar que não achei tão emocionante suas cenas dramáticas (talvez por ter visto após a leitura do livro), mas amigas que viram o filme afirmam ter chorado com ele.
           É claro que o filme não pode ser sequer comparado à magnitude do livro, mas nem por isso perde em valor ou trabalho. O filme é muito bom, o livro é mais que bom, é fantástico! É uma obra que, sem dúvida, ficará marcada por muito tempo em minha vida e me passou lições incríveis. Não só me emocionei muito com o livro, como também aprendi muito com sua mensagem.




          E se você chegou até aqui, não custa nada comentar, né?
            Beijos, até a próxima.
           




 





 

Um comentário:

  1. Como ja disse no MSN, a resenha esta perfeita!!!

    Agora estamos pegando o jeito sócia =D

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